sábado, 31 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 9

MEMÓRIAS
CAPÍTULO - 9
Não há muita coisa para se falar sobre Campo Mourão, depois que o pai saiu do emprego em Capina da Lagoa, no escritório do dr. Rainoldo, foi indicado por ele, para um emprego de advogado no Expresso Nordeste. Nova mudança para outra cidade. Mudamos para uma casa, como eu já disse, dentro de um bosque, que era uma erspécie de reserva de mata natural que a empresa mantinha.
Papai viajava direto, mamãe trabalhava como professora num colégio particular. Fui para o colégio Santa Cruz, das freiras, por um bom período. Fiquei lá três anos, convivendo com a nata da sociedade mourãoense. Os filhinhos de papai, as patricinhas. Eu não tive muitos amigos neste período. O meu sotaque mineiro, não ajudou muito, pra variar.
Mas tinha a professora Ivete, minha mãe me deu aula também, uma época. Foi uma das minhas melhores professoras. O colégio tinha momentos divertidos, quando exibia alguns filminhos, exibia umas peças de teatro. 
Sabe o que era chato? No fundo da minha casa, ficava a entrada para a associação recreativa dos funcionários do Expresso Nordeste, e meu pai, quando saía do serviço, ao invés de ir pra casa, ia pra lá. Partidas de truco, tomava a cerveja com os outros funcionários da empresa. Minha mãe, que deve ter herdado um pouco do gênio da minha avó, ficava esperando ele de prontidão. Ele chegava, ela reclamava e o pau torava. Teve uma ocasião em que ele chegou de tanque cheio, ela ficou brava, falando que ia largar ele, que não sei o quê. Depois, deixou ele dormindo na cama, e veio deitar no meu colchão. Eu era o sortudo, pois meu quarto ficava de frente para a entrada. E eu é quem sofria. Bem, até hoje, se eu ver uma discussão de casal, inclusive alguma minha com minha esposa, meu coração dispara. Fico louco.
Minha mãe, diz que não entende porque eu fico assim. Tem coisas que a gente não deve responder.
Muitas vezes, meu pai faltou alguns compromissos conosco, por causa do Expresso Nordeste, mas entendam, ele fazia isso mais porque precisava do emprego. Eram as ditas reuniões sociais, onde os chefões gostavam de tê-lo perto, fazer um social com os eventuais clientes. Bom, essa foi a parte mais chata da minha infância. Peguei um enorme rancor daquela associação, se eu pudesse, poria fogo naquilo, e mandaria salgar, para que não crescesse mais nada ali.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 8

MEMÓRIAS
CAPÍTULO - 8
E ficamos mais ou menos um ano e pouco em Campina da Lagoa, com direito à uma visita dos meus avós. Ficaram conosco, visitamos os parentes em Ubiratã, como de costume. Ao final deste um ano, o advogado com quem meu pai trabalhava, o doutor Rainoldo, foi tentar a sorte em Campo Mourão, meu pai trabalhou mais um tempo com um outro colega, dividindo-se entre Campina da Lagoa e Roncador, onde tinha um outro escritório. Depois, recebeu uma proposta de assumir o cargo de advogado de uma empresa, o Expresso Nordeste, em Campo Mourão. Pronto, mudamos naquele ano de 1984.
Mais uma mudança, mais uma vida corrida. Mudamos para uma casa que pertencia à própria empresa, que ficava no meio de um bosque. que ficava dentro da própria empresa. Os primeiros meses foram um pouco difíceis mas conseguimos superar.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 7

MEMÓRIAS
CAPÍTULO - 7
Minha passagem e de minha família por Campina da Lagoa, não foi exatamente repleta de surpresas, nem de fatos extraordinários. Talvez uma coisa ou outra que podem ser dignos de nota. A primeira coisa da qual me lembro, talvez por ser um aficcionado por programas de televisão, era de que no sul, bem diferente do que acontecia em Minas, o canal da Globo, por exemplo, só passava à partir do meio-dia. Ou seja, tinha que chegar do colégio, pra poder assistir os desenhos animados, depois do meio-dia. Eu perdi muitos desenhos favoritos com isso. Era uma porcaria. A programação complta, só no final de semana.
Depois, como não bastassem, por nunca ter visto um em Montes Claros, tive meu primeiro temporal. Nunca havia visto um como aquele, com direito à ventos de mais de cinquenta quilômetros. E a casa onde a gente morava, era de madeira, por isso minha mãe pegou eu e minha irmã, pôs um cobertor em cima, e fez a gente ficar no sofá com ela, até aquela chuva passar. A água entrou por todos os cantos da casa. Mais tarde, quando meu pai chegou, falou que itnha visto um onte de postes e antenas de tv torcidas pela chuva.
A bosta maior foi quando mudamos para outra casa, de conjunto popular. Quando resolvia faltar luz, ficava tudo aquilo no breu. O nosso bairro ficava na divisa com um sítio, então você passava vendo aquela imensa plantação de soja. 
Foram estes, os únicos fatos que marcaram a minha passagem por lá, nada muito digno.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 6

MEMÓRIAS
CAPÍTULO - 6 (ERRATA)
Ontem, eu escrevi nos primeiros parágrafos do capítulo que meu pai estava exercendo a profissão de advogado, quando meu primo o procurou. Desculpem o lapso, meu pai estava era querendo exercer a profissão, isso sim. Nesta época, ele trabalhava como gerente de venda de peças na CREVAC, a revendedora da Ford, que tinha sede no centro de Montes Claros. Hoje é templo da Igreja Universal.
Pois bem, viemos para o Paraná, três ou quatro dias enfiados dentro de um ônibus. Quando chegamos, meu primo nos pegou e levou para Campina da Lagoa. Cara, que mundo diferente. As casas daqui, eram de madeira, sendo que eu só conhecia casa de tijolos. Moramos os primeiros dois meses, em frente à delegacia de polícia da cidade. O pior, é que quando chegamos, começou a geada de 83, aqui no Paraná. Meu Deus, passamos um frio do cão. Nunca tinha visto temperatura tão fria, miserável e desgraçadamente, quase congelamos aqui. Eu tremia do começo ao fim do dia, e de noite, pra dormir, era todo mundo junto. Que ódio, meu Deus.
Na escola,e u era o garoto de fora, o garoto que falava engraçado, o gordinho que todo mundo adorava tirar um sarro. Acho que sempre é assim, quando se vem de um lugar onde a nossa fala e o jeito de agir são totalmente diferentes. Até hoje, não me adapto ao jeito paranaense de flaar, aos costumes daqui. Algumas coisas, principalmente na área de gastronomia, a gente até aprecia, mas outras, não dá mesmo.
Tinham os filhos do doutor Rainoldo, com quem meu pai começou a trabalhar como advogado, eram legais. Mas não eram minha turma, eram sulistas. Eu sempre me sentia diferente. Minha irmã se adaptou bem aqui, eu não.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 5

MEMORIAS
CAPÍTULO - 5
A visita do meu primo Walter, desencadeou a nossa vinda para o Paraná. Ele veio com a família, comentou para o meu pai, que tinha colado grau no curso de Direito, e estava exercendo a advocacia, que havia um conhecido dele, por aqui, que precisava de alguém para trabalhar no seu escritório. Quando meu pai contou a notícia para a minha mãe, pronto, eu tava incosolável. Pensa, você tem sua vida, sua família, vive num pequeno mundo tranquilo. De repente, muda tudo.
Sei que a choradeira foi geral. Na noite em que a gente pegou o ônibus, eu chorei mais ainda. Deixar tudo para trás, para viver numa terra estranha, um povo diferente. Não posso dizer  digeri essa mudança radical,, mesmo depois de tantos anos, mas posso dizer que engoli o sapo sem muita solução. Deus sabe o quanto aquilo pra mim, foi horrível.
Três ou quatro dias de viagem, dentro de um ônibus até Campo Mourão, depois, o primo veio buscar a gente na rodoviária, pra levar para nosso novo destino: Campina da Lagoa. Confesso que a paisagem era bonita, com os campos verdes de trigo, mas o tempo, este era uma bosta. Frio, frio demais.

sábado, 24 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 4

MEMÓRIAS
CAPÍTULO - 4
Uma das minhas lembranças mais fortes da minha infância, era meu cachorro, Mickey. Era um capa preta, a coisa mais linda. Me lembro quando meu pai trouxe ele, protegido numa oalha. Brincamos o dia inteiro. Mas pense num bicho que foi crescendo rápido, que se tornou um cachorrão forte e brabo?
Quando ele ficou um pouco maior, a coisa entornou. Meu pai tinha chego em casa num dia de chuva (raros em Montes Claros), e para perder o dinheiro do pagamento, tirou a calça onde tinha guardado, em cima da mesa da varanda. O meu querido Mickey, muito do brincalhão, resolveu pegar a calça, encontrar o dinheiro e rasgar tudo. Meu pai ficou uma arara, não deu pra salvar nada do dinheiro. Meu pai pegou uma escolha de banho e bateu na boca do cachorro com um ódio mortal. O cachorro, desde aquele dia, nunca mais pode sequer ouvir a voz do meu pai. Pegou nojo.
Quando viemso embora para o Paraná, o coitado ficou na casa dos meus avós, morreu velho depois. Eu fiquei sabendo aqui no Paraná, e fiquei um bocado triste, pode ter certeza.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 3

MEMÓRIAS
CAPÍTULO - 3
Hoje, não pretendo me distender muito, creio que pode-se dizer que são mini-memórias o que estou escrevendo. O que dá um certo sabor de perpetualidade. Afinal, alguém pode se interessar e ler daqui uns cem anos, se ainda existir a internet, não é?
Bom, neste ponto, eu posso te falar tranquilamente, que minha infância, foi a de uma crinaça normal, feliz, sem nenhuma neura. Eu não era exatamente um garoto superdotado, mas não era burro. Gostava de ouvir música (dá para acreditar que fiz o maior piseiro um dia, numa livraria onde meu tio Vagner tava trabalhando de office-boy, por causa de uma coleção de discos de ópera? Pois é, e olha que eu ainda gosto de boa música até hoje). Via todos os seriados, desenhos animados que haviam na época, assistia à qualquer novela e qualquer filme que passasse (cara, naquele tempo, o mais pesado que passava na tv, era um beijo de amor entre um casal normal).
Quando ia para a casa dos meus avós, eu só ficava rodeando minha avó e as amigas dela preparem biscoitos no forno de lenha. Era aquele monte de mulher, até altas horas da noite, assando biscoitos, ximangos (minha paixão mais antiga) naquele fornão de lenha. Deus, como minha infância era feliz.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 2

MEMÓRIAS
CAPÍTULO - 2
Faltou um ponto no meu nascimento, que ficou de fora: quando do meu parto, o cordão umbilical enroscou no meu pescoço, foi bem complicado. Também, um tamanho de cabeça que eu tenho, foi comçlicado mesmo. Por isso que eu digo, que de vez em quando, sou meio abobado rssrss. O médico teve que bater umas seis, ou sete vezes, até eu chorar.
Bom, tirante esse ponto extremo, fui uma criança saudável. Não tive doenças. Minha infância foi feliz, foi maravilihosa. A cidade, naquele tempo, era mais simples. A casa onde meus pais moravam naquela época, dá o equivalente hoje, à cozinha de lenha da chácara. Depois, meu pai, que era um planejador convicto, comprou um terreno, construíram uma casa nova. Ainda lembro que a casa teve um período que tinha cerca de arame farpado, depois papi conseguiu fazer um baita murão. Como era gostoso aquele quintal vasto, onde eu podia brincar por todos os lados.
Meu reino, minha vida.
E tinha a casa dos meus avós, naquela época, eles moravam num casarão, com rua de chão, isso nos idos anos de 1979. Era um daqueles casarões com a calçada com um metro e meio de altura do chão. O quintal era um capoeirão enorme. Tão bonito.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 1

MEMÓRIAS
CAPÍTULO 1
Como nos velhos folhetins, resolvi escrever minhas memórias em capítulos seriados. Hoje começa o primeiro. Não creio que uma editora se digne à se interessar, por isso estou aproveitando o espaço.
Nasci no dia 19 de janeiro de 1977, no interior de Minas Gerais, Montes Claros. Na região norte, bem na divisa com a Bahia para ser mais exato. Segundo minha mãe, foi um dia de chuva forte, um verdadeiro temporal. Meu parto foi uma verdadeira odisséia, ela entrou comigo na sala de parto às onze da noite (apenas para informar, ela pesava no máximo 45 kg quando engravidou de mim), e saiu comigo de lá, às quatro da madrugada do outro dia. Parto natural. Segundo minha mulher, quando toma conhecimento da história, diz que é parto anormal.
Bem, depois de cinco horas ou mais, o médico chegou para o meu pai e disse:
- Olha, vamos esperar mais dez minutos, se a criança não nascer, vamos salvar sua esposa.
Meu pai, o coração apertado não teve cmo discutir com o médico. Resultado, sete minutos depois, eu saí para o mundo. E foi no fórceps. Imaigna se a cabeça da criança não é grande. Eu sou o primeiro filho do casal, primeiro neto, primeiro sobrinho do lado da minha mãe. Do lado do meu pai, sou o décimo primeiro neto. Família bem grande.
Bom, estamos concluindo o primeiro capítulo. Amanhã prosseguimos.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

INSPIRAÇÃO

INSPIRAÇÃO


É difícil, muito difícil pensar em algum tema para colocar neste blog. Tem vezes que a vida supri de inspiração constante, mas tem vezes, que o vazio é tão forte, que você não consegue pensar em nada para colocar.
Eu não consegui escrever ontem, porque sofri um revéz, mas tô indo, tô tentando sobreviver.
Desistência, é uma palavra que não pode constar no dicionário, deve ser extirpada. Seguir em frente, levantar. Mesmo que às vezes, você não pense conseguir, tente, não desiste sem se esforçar.
Caminho sem pedras, não é caminho, é utopia.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

VIAGEM DE AVIÃO

VIAGEM DE AVIÃO
Cara, tenta pegar um avião num aeroporto no fim de ano, principalmente se o aeroporto for de Guarulhos. Eu saí de Maringá na sexta-feira passada, já com um atraso de meia-hora, porque era para sair às cinco e meia e acabei saindo às seis. Passei por Curitiba, tudo normal, cheguei em Guarulhos, cara, fizeram uma baianada, transferindo uma turma de Congonhas. Teve um pessoal que quase pegou o funcionáiro da companhia aérea e meteu o braço. Por pouco.
Bem, fiz a minha viagem e voltei.
Na volta, novamente, eu passando em Guarulhos. Eu vi o que era um aeroporto num fim de ano. A companhia simplesmente havia cancelado um vôo, o qual eles mudaram de portão umas cinco vezes. Daí, eles me colocaram no avião de outra companhia. Eu só perguntei:
- Esse vôo sai que horas?
- Duas e cinquenta e cinco da tarde amigo. É direto.
O deles ia fazer baldeação em Curitiba, óbvio que peguei esse. Ainda comi um lanche bem gostoso e com direito a café. rsrsrsrs.
Bem, no frigir dos ovos, me saí até bem, para quem só andou de avião duas vezes na vida.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O SHOW

O SHOW


Estavam em casa, arrumando-se para o show do cantor de sertanejo. O ingresso era um quilo de alimentos, ia dar gente pelo ladrão.Ele não estava muito afim, mas ia agradar a esposa, ela gostava. Ele ia agradá-la, ela merecia. Mas estava demorando.
- Amor, por favor, nós vamos chegar atrasados - disse ele, terminando de ajeitar a gola.
Ela gritou do quarto:
- Amor, já vamos, aguenta um pouco.
Esperou mais dez minutos. Gritou de novo:
- Amor...
- Aí amor, você não queria ir, agora fica pentelhando.
- Mas é claro nega, cê quer ir, mas fica enrolando. Por favor...
Eles ficaram daquele jeito, e ela saiu do quarto pronta. Entraram no carro e foram para  o local do show. Assim que chegaram, foram procurar um lugar para assistir ao show. Mas foi o tempo. Caiu uma chuva que parecia que Deus abriu todas as torneiras. Foram para o carro. Logo, a chuva parou, eles voltaram. Ele já estava subindo pelas paredes de raiva. Ela só pedindo um pouco de paciência. Logo um sujeito apareceu no palco e disse:
- Gente, o cantor não poderá chegar hoje, a chuva impediu que o avião dele aterissa-se. Vamos ter que transferir o show para amanhã, mas amanhã...
O rebu foi tamanho, que eles nem sabem como chegaram ao carro. O povo quebrou tudo, quis avançar pra cima da equipe de produção. Eles chegaram em casa perto da meia-noite.
- Amor... - começou ela.
- O quê?
- Você quer ir amanhã?
- Nem amarrado. 
E não foram.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

PASSEIOS COM MEU PAI

PASSEIOS COM MEU PAI


Eu lembro que meu pai pegava eu e minha irmã, colocava na bicicleta, pegava uma mochila enorme com fralda (cueiro ainda, sem ser a descartável), mamadeira, e todos os apetrechos, saia com nós dois. Eu lembro que o coitado levava a gente para ver motocross, kart, só pelo prazer de ver os filhos felizes. E se precisava trocar a fralda, lá ia ele, e se comprava um sorvete, um doce, e a gente se lambrecava, ele ia levar para lavar.
Essas eram uma das melhores lembranças da minha infância. Gente, como eu adorava isso. E ainda ia para casa feliz. Acho que era uma coisa tão boa. Sinto falta disso.
Hoje, eu tento repetir essas coisas com minha filha. Se eu puder fazer com que a vida seja boa, para todos nós, já terei atingido meu objetivo de pai.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

VIAGEM DO TIPO MUNDO CÃO - SEQUÊNCIA NONSENSE DE EVENTOS MALUCOS

VIAGEM DO TIPO MUNDO CÃO - SEQUÊNCIA NONSENSE DE EVENTOS MALUCOS



Viagem para Foz do Iguaçu, os eventos mais doidos e bizarros possíveis. Fui para presetar concurso de Oficial de Justiça, e ia ficar na casa de uns amigos do meu pai. Eis o que aconteceu na sequência:

1. Ao chegar em Foz do Iguaçu, e esperar o casal, uma mulher e uma moça chegaram correndo. Logo em seguida, chegou uma ronda da Guarda Municipal. A mulher e a filha haviam sido ameaçadas pelo marido, ele quis partir as duas com um facão;

2. Após a chegada do casal, fomos para a casa deles, e logo em seguida, estávamos seguindo pela avenida. Notamos várias viaturas da polícia civil, da militar, do IML, e da Guarda Municipal. Quando chegamos mais perto, descobrimos que um motoqueiro havia sido assassinado por traficantes de drogas. Vi o defunto caído no chão, com um monte de cápsulas vazias no chão, ao lado do corpo.

3. Depois do concurso, já na rodoviária, dentro de um ônibus. Me vem um pastor de igreja evangélica fazer uma pregação dentro do ônibus. Trinta minutos de pregação;

4. Ainda sobre a viagem, um bêbado enche o saco, entra no ônibus e vomita. Ficou aquele fedor dentro do ônibus.

5. Enquatno eu fazia o baldeamento em Cascavel, na volta, estou indo para uma lanchonete, almoçar, passar um sujeito por mim, que eu nunca tinha visto na vida e grita igual um maluco: PALHAÇO;

6. Finalizando essa sucessão de absurdos, cheguei em casa, fui buscar uma amiga na rodoviária. Quando fui deixar ela na casa dela, e fui entrar no quintal da casa dela, um cachorro vem e me morde bem no calcanhar.

Resumo da ópera: ainda não passei no concurso, e esta acabou sendo a viagem mais absurda da minha vida.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O HOMEM DE MONTES CLAROS

O HOMEM DE MONTES CLAROS


Ele desceu do ônibus na rodoviária daquela cidade paranaense. Veio com a leva dos nortistas que procuram emprego no Sul, uma vida melhor. Pelo menos era assim que parecia. Viera de Montes Claros, norte de Minas Gerais, com uma mochila a qual segurava como se houvesse muito dinheiro nela. Trazia no bolso da calça surrada, o endereço de uma pessoa que devia procurar, e era urgente que o fizesse.
Pegou um táxi na porta da rodoviária, chegou num hotel. Ao pegar um quarto, dormiu como um bebê. No outro dia, tomou café e comeu como quem tem uma fome de onça. Ao chegar na portaria, perguntou ao rapaz da portaria, se o endereço era perto. O rapaz leu e disse:
- É aqui pertinho, o senhor pode ir à pé.
Ele agradeceu, seguiu pela avenida indicada pelo rapaz. O endereço era de uma casa grande, bonita. Tocou o interfone, uma voz de homem atendeu:
- Pois não.
- É a casa do senhor Matias Atarchesse? perguntou ele, o sotaque mineiro traindo sua origem.
A voz do outro lado do interfone, pareceu titubear antes de responder:
- Sim, sou eu.
- É hora do acerto. O senhor sabe do que eu estou falando.
O interfone ficou mudo, o portão foi aberto. Ele entrou, ajeitando a camisa. O homem que ele procurava, estava parado na porta da casa, diante dele. Não parecia em nada assustador como lhe disseram, não parecia em nada, com a fera assassina que havia dizimado sua família há dez anos. Não se parecia em nada com o criminoso poderoso, que sumira anos atrás de Montes Claros.
- Olha, eu não sei o que eu devo ter feito para você, mas não dá para esquecer? Eu já não tenho nada haver com aquele criminoso, eu me estabeleci aqui, sosseguei. Por favor, qualquer coisa, eu tento compensar...
Ele não chegou a terminar a última frase, viu o que o rapaz vindo de Montes Claros trazia na mão: um velho .38 smith & wesson, seis tiros. O metal brilhante e reluzente. Disparou um único tiro, entre os olhos daquele  homem.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

OS DIAS

OS DIAS


Você nunca tem a impressão que todos os dias parecem iguais, que tudo está no mesmo compasso? Pois é, isso se chama simplesmente cansaço. Você não curte o tempo coms eus filhos, com sua esposa, sua família no geral. Esse é o problema. A gente se apressa, deixa os dias passando rápido, sem passar um pouco com seus entes queridos. Tudo culpa do nosso ritmo de vida louco.No fim das contas, você tem que se perguntar: vale a pena?
Calma, explico. Eu pergunto isso porque se você dá mesmo, mais valor para as coisas materiais, então você não tá ligando pras coisas que a vida lhe dá, que Deus lhe concede.
Não,não é papo de carola. É apenas um pensamento, pois se você só pensa em conqusitar, neste processo de adquirir as coisas, perde-se momentos preciosos. Quando foi que você brincou com seus filhos, deu um beijo gostoso na sua esposa e disse que a amava? Pense nisso, e se você não conseguir lembrar dessas coisas, então pode correr, para que os dias não passem, e você perca as coisas mais importantes de sua vida.

sábado, 3 de dezembro de 2011

O QUE É A JUSTIÇA BRASILEIRA???

O QUE É A JUSTIÇA BRASILEIRA???


Hoje, vou sair um pouco da minha linha de escritor. Vou entrar mais na área do Direito. O motivo, é simples: o caso do milionário da Mega Senna. A justiça absolveu a ex-companheira do cara, acusada de mandar matá-lo. Alegação: falta de provas.
Olha, se você leu o título do texto, já deve saber que o tema é complicado. Não existe no mundo, um sistema judicial tão complicado, moroso e cheio de tangentes quanto o sistema judicial brasileiro. Ainda: excessivamente protetivo, em relação aos direitos do preso, e um tanto quanto esquecido quanto aos direitos da vítima e da sociedade.
É um assunto que mereceria uns dez livros, para ser entendido, mas vou tentar explicar em poucas linhas: a maioria dos bacharéis em Direito, que hoje militam por aí (inclusive eu), são filhos da geração que viveu sob o peso da Ditadura Militar de 64, ou seja, anos e anos de mordaça. Então, entende-se que seria necessário um sistema mais democrático. Na prática isso não acontece, porque a Ditadura do Proletariado (que de proletário não tem merda nenhuma), tá por aí. Continuam protegendo os desgraçados corruptos, continuam se aliando aos ditadores porra-loucas da América Latina e por aí vai. Ou seja, é essa geração que quer cuidar da justiça.
Depois, dentro da formação acadêmica: uma boa parte dos promotores, advogados e juízes que dão aula hoje, rezam pela cartilha de Cesare Beccaria, que escreveu o famoso livro "Dos delitos e das penas", onde ele excomunga as penas mais severas, e deseja criar um sistema mais humano. Bem, para começo de conversa, o dito homem era filósofo, e não jurista, ou seja, tende a enxergar as coisas com uma visão mais transcendental e menos pragmática. Ainda, quando ele escreveu o livro, o crime mais grave depois do homicídio (e se não fosse cometido por nobre, porque senão, nem crime era), era o roubo de cavalo. O estupro não era considerado crime (porque se tendia a dizer que a mulher não era gente, era considerada propriedade do marido, e que se o cara pegava, era porque ela provocava). Naquela época não tinha tráfico de drogas, não tinha tráfico de órgãos humanos, terrorismo, e outras coisas modernas. Então, o sentido é muito defasado em comparação com hoje em dia.
Ainda, o nosso sistema foi baseado, após a Constituição Federal, num princípio de só considerar alguém culpado, depois que foi condenado, e que dessa condenação ele não possa mais recorrer. Então, considerando-se a morosidade de nosso sistema judicial, isso pode levar anos e anos. A idéia é boa, pois muitas vezes, não se pode realmente afirmar que a pessoa seja culpada, senão com a certeza. Mas em muitos casos, quando o fato é evidente, o juiz se baseia em questiúnculas só para não condenar o acusado.
Bom, sei que chateei um pouco vocês hoje, mas entendam, tem vezes, que a gente tem que falar. Eu sou advogado, e muitas vezes, eu não confio na justiça. É decepcionante.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

DA ARTE DE COMER.

DA ARTE DE COMER


Era um comedor compulsivo, comia e comia bem de tudo um pouco. Não era à toa que estava pesando algo em torno de cento e cinquenta quilos. Se ia num churrasco, acabava quase com o estoque de carne, se ia num rodízio de pizza, acabava com o estoque. Enfim, era um comilão.
No entanto, um dia, começou a sentir fortes dores no peito. Foi ao médico, o diagnóstico foi categórico;
- Ou emagrece, ou morre.
E assim ele ficou, fez regime, dieta, emagreceu trinta, quarenta, cinquenta quilos. Mas no íntimo, continuava não se sentindo bem. A comida preenchia um espaço em sua vida. Já não ia mais nos churrascos, nas pizzarias, não passeava. Ficou recluso. Foi quando num dia, olhou para si mesmo no espelho: estava abatido, o rosto sulcado por marcas de expressão. "Que se dane". Foi embora, entrou numa lanchonete. Comeu, comeu igual um condenado.
Sentiu o coração doer. Ele não queria parar, porque se parasse, ia ser um morto-vivo, então, era preferível comer, e morrer feliz, do que não comer e viver igual um zumbi.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

SURPRESA

SURPRESA


Ele estranhou a casa toda em silêncio.  Era seu aniversário, pensou em ligar para a esposa, para saírem, mas a resposta dela foi a seguinte:
- Amor, vem pra casa, que eu faço qualquer coisa pra você aqui, o que você acha? É melhor nego, tô cansada hoje, não tô com vontade de sair hoje não, desculpa.
Ficou murcho. Pensou em convidar o pai e a mãe, mas eles foram categóricos:
- Ih filho, hoje vamos ter que ir para a casa da sua irmã, ela tá viajando, e vamos cuidaqr da neném. Fica pra outro dia.
E ninguém lhe deu nem os parabéns. Fazer o quê?
E agora, a casa vazia. O que teria acontecido? O coração disparou, pensou que algo havia acontecido com a esposa e os filhos. Correu pela casa, tudo em silêncio. Quando chegou na cozinha, pronto já para ligar para a plícia, as luzes se acenderam. Todos estavam lá e gritaram:
-SURPRESA.
E foi mesmo, e da muito gostosa. Ele sorriu, abraçou todo mundo. Todos os amigos, os pais, a irmã e o cunhado. Todos estavam lá. Isso foi o melhor presente para ele. Que eles se lembrassem dele.