sábado, 31 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 9

MEMÓRIAS
CAPÍTULO - 9
Não há muita coisa para se falar sobre Campo Mourão, depois que o pai saiu do emprego em Capina da Lagoa, no escritório do dr. Rainoldo, foi indicado por ele, para um emprego de advogado no Expresso Nordeste. Nova mudança para outra cidade. Mudamos para uma casa, como eu já disse, dentro de um bosque, que era uma erspécie de reserva de mata natural que a empresa mantinha.
Papai viajava direto, mamãe trabalhava como professora num colégio particular. Fui para o colégio Santa Cruz, das freiras, por um bom período. Fiquei lá três anos, convivendo com a nata da sociedade mourãoense. Os filhinhos de papai, as patricinhas. Eu não tive muitos amigos neste período. O meu sotaque mineiro, não ajudou muito, pra variar.
Mas tinha a professora Ivete, minha mãe me deu aula também, uma época. Foi uma das minhas melhores professoras. O colégio tinha momentos divertidos, quando exibia alguns filminhos, exibia umas peças de teatro. 
Sabe o que era chato? No fundo da minha casa, ficava a entrada para a associação recreativa dos funcionários do Expresso Nordeste, e meu pai, quando saía do serviço, ao invés de ir pra casa, ia pra lá. Partidas de truco, tomava a cerveja com os outros funcionários da empresa. Minha mãe, que deve ter herdado um pouco do gênio da minha avó, ficava esperando ele de prontidão. Ele chegava, ela reclamava e o pau torava. Teve uma ocasião em que ele chegou de tanque cheio, ela ficou brava, falando que ia largar ele, que não sei o quê. Depois, deixou ele dormindo na cama, e veio deitar no meu colchão. Eu era o sortudo, pois meu quarto ficava de frente para a entrada. E eu é quem sofria. Bem, até hoje, se eu ver uma discussão de casal, inclusive alguma minha com minha esposa, meu coração dispara. Fico louco.
Minha mãe, diz que não entende porque eu fico assim. Tem coisas que a gente não deve responder.
Muitas vezes, meu pai faltou alguns compromissos conosco, por causa do Expresso Nordeste, mas entendam, ele fazia isso mais porque precisava do emprego. Eram as ditas reuniões sociais, onde os chefões gostavam de tê-lo perto, fazer um social com os eventuais clientes. Bom, essa foi a parte mais chata da minha infância. Peguei um enorme rancor daquela associação, se eu pudesse, poria fogo naquilo, e mandaria salgar, para que não crescesse mais nada ali.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 8

MEMÓRIAS
CAPÍTULO - 8
E ficamos mais ou menos um ano e pouco em Campina da Lagoa, com direito à uma visita dos meus avós. Ficaram conosco, visitamos os parentes em Ubiratã, como de costume. Ao final deste um ano, o advogado com quem meu pai trabalhava, o doutor Rainoldo, foi tentar a sorte em Campo Mourão, meu pai trabalhou mais um tempo com um outro colega, dividindo-se entre Campina da Lagoa e Roncador, onde tinha um outro escritório. Depois, recebeu uma proposta de assumir o cargo de advogado de uma empresa, o Expresso Nordeste, em Campo Mourão. Pronto, mudamos naquele ano de 1984.
Mais uma mudança, mais uma vida corrida. Mudamos para uma casa que pertencia à própria empresa, que ficava no meio de um bosque. que ficava dentro da própria empresa. Os primeiros meses foram um pouco difíceis mas conseguimos superar.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 7

MEMÓRIAS
CAPÍTULO - 7
Minha passagem e de minha família por Campina da Lagoa, não foi exatamente repleta de surpresas, nem de fatos extraordinários. Talvez uma coisa ou outra que podem ser dignos de nota. A primeira coisa da qual me lembro, talvez por ser um aficcionado por programas de televisão, era de que no sul, bem diferente do que acontecia em Minas, o canal da Globo, por exemplo, só passava à partir do meio-dia. Ou seja, tinha que chegar do colégio, pra poder assistir os desenhos animados, depois do meio-dia. Eu perdi muitos desenhos favoritos com isso. Era uma porcaria. A programação complta, só no final de semana.
Depois, como não bastassem, por nunca ter visto um em Montes Claros, tive meu primeiro temporal. Nunca havia visto um como aquele, com direito à ventos de mais de cinquenta quilômetros. E a casa onde a gente morava, era de madeira, por isso minha mãe pegou eu e minha irmã, pôs um cobertor em cima, e fez a gente ficar no sofá com ela, até aquela chuva passar. A água entrou por todos os cantos da casa. Mais tarde, quando meu pai chegou, falou que itnha visto um onte de postes e antenas de tv torcidas pela chuva.
A bosta maior foi quando mudamos para outra casa, de conjunto popular. Quando resolvia faltar luz, ficava tudo aquilo no breu. O nosso bairro ficava na divisa com um sítio, então você passava vendo aquela imensa plantação de soja. 
Foram estes, os únicos fatos que marcaram a minha passagem por lá, nada muito digno.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 6

MEMÓRIAS
CAPÍTULO - 6 (ERRATA)
Ontem, eu escrevi nos primeiros parágrafos do capítulo que meu pai estava exercendo a profissão de advogado, quando meu primo o procurou. Desculpem o lapso, meu pai estava era querendo exercer a profissão, isso sim. Nesta época, ele trabalhava como gerente de venda de peças na CREVAC, a revendedora da Ford, que tinha sede no centro de Montes Claros. Hoje é templo da Igreja Universal.
Pois bem, viemos para o Paraná, três ou quatro dias enfiados dentro de um ônibus. Quando chegamos, meu primo nos pegou e levou para Campina da Lagoa. Cara, que mundo diferente. As casas daqui, eram de madeira, sendo que eu só conhecia casa de tijolos. Moramos os primeiros dois meses, em frente à delegacia de polícia da cidade. O pior, é que quando chegamos, começou a geada de 83, aqui no Paraná. Meu Deus, passamos um frio do cão. Nunca tinha visto temperatura tão fria, miserável e desgraçadamente, quase congelamos aqui. Eu tremia do começo ao fim do dia, e de noite, pra dormir, era todo mundo junto. Que ódio, meu Deus.
Na escola,e u era o garoto de fora, o garoto que falava engraçado, o gordinho que todo mundo adorava tirar um sarro. Acho que sempre é assim, quando se vem de um lugar onde a nossa fala e o jeito de agir são totalmente diferentes. Até hoje, não me adapto ao jeito paranaense de flaar, aos costumes daqui. Algumas coisas, principalmente na área de gastronomia, a gente até aprecia, mas outras, não dá mesmo.
Tinham os filhos do doutor Rainoldo, com quem meu pai começou a trabalhar como advogado, eram legais. Mas não eram minha turma, eram sulistas. Eu sempre me sentia diferente. Minha irmã se adaptou bem aqui, eu não.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 5

MEMORIAS
CAPÍTULO - 5
A visita do meu primo Walter, desencadeou a nossa vinda para o Paraná. Ele veio com a família, comentou para o meu pai, que tinha colado grau no curso de Direito, e estava exercendo a advocacia, que havia um conhecido dele, por aqui, que precisava de alguém para trabalhar no seu escritório. Quando meu pai contou a notícia para a minha mãe, pronto, eu tava incosolável. Pensa, você tem sua vida, sua família, vive num pequeno mundo tranquilo. De repente, muda tudo.
Sei que a choradeira foi geral. Na noite em que a gente pegou o ônibus, eu chorei mais ainda. Deixar tudo para trás, para viver numa terra estranha, um povo diferente. Não posso dizer  digeri essa mudança radical,, mesmo depois de tantos anos, mas posso dizer que engoli o sapo sem muita solução. Deus sabe o quanto aquilo pra mim, foi horrível.
Três ou quatro dias de viagem, dentro de um ônibus até Campo Mourão, depois, o primo veio buscar a gente na rodoviária, pra levar para nosso novo destino: Campina da Lagoa. Confesso que a paisagem era bonita, com os campos verdes de trigo, mas o tempo, este era uma bosta. Frio, frio demais.

sábado, 24 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 4

MEMÓRIAS
CAPÍTULO - 4
Uma das minhas lembranças mais fortes da minha infância, era meu cachorro, Mickey. Era um capa preta, a coisa mais linda. Me lembro quando meu pai trouxe ele, protegido numa oalha. Brincamos o dia inteiro. Mas pense num bicho que foi crescendo rápido, que se tornou um cachorrão forte e brabo?
Quando ele ficou um pouco maior, a coisa entornou. Meu pai tinha chego em casa num dia de chuva (raros em Montes Claros), e para perder o dinheiro do pagamento, tirou a calça onde tinha guardado, em cima da mesa da varanda. O meu querido Mickey, muito do brincalhão, resolveu pegar a calça, encontrar o dinheiro e rasgar tudo. Meu pai ficou uma arara, não deu pra salvar nada do dinheiro. Meu pai pegou uma escolha de banho e bateu na boca do cachorro com um ódio mortal. O cachorro, desde aquele dia, nunca mais pode sequer ouvir a voz do meu pai. Pegou nojo.
Quando viemso embora para o Paraná, o coitado ficou na casa dos meus avós, morreu velho depois. Eu fiquei sabendo aqui no Paraná, e fiquei um bocado triste, pode ter certeza.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 3

MEMÓRIAS
CAPÍTULO - 3
Hoje, não pretendo me distender muito, creio que pode-se dizer que são mini-memórias o que estou escrevendo. O que dá um certo sabor de perpetualidade. Afinal, alguém pode se interessar e ler daqui uns cem anos, se ainda existir a internet, não é?
Bom, neste ponto, eu posso te falar tranquilamente, que minha infância, foi a de uma crinaça normal, feliz, sem nenhuma neura. Eu não era exatamente um garoto superdotado, mas não era burro. Gostava de ouvir música (dá para acreditar que fiz o maior piseiro um dia, numa livraria onde meu tio Vagner tava trabalhando de office-boy, por causa de uma coleção de discos de ópera? Pois é, e olha que eu ainda gosto de boa música até hoje). Via todos os seriados, desenhos animados que haviam na época, assistia à qualquer novela e qualquer filme que passasse (cara, naquele tempo, o mais pesado que passava na tv, era um beijo de amor entre um casal normal).
Quando ia para a casa dos meus avós, eu só ficava rodeando minha avó e as amigas dela preparem biscoitos no forno de lenha. Era aquele monte de mulher, até altas horas da noite, assando biscoitos, ximangos (minha paixão mais antiga) naquele fornão de lenha. Deus, como minha infância era feliz.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 2

MEMÓRIAS
CAPÍTULO - 2
Faltou um ponto no meu nascimento, que ficou de fora: quando do meu parto, o cordão umbilical enroscou no meu pescoço, foi bem complicado. Também, um tamanho de cabeça que eu tenho, foi comçlicado mesmo. Por isso que eu digo, que de vez em quando, sou meio abobado rssrss. O médico teve que bater umas seis, ou sete vezes, até eu chorar.
Bom, tirante esse ponto extremo, fui uma criança saudável. Não tive doenças. Minha infância foi feliz, foi maravilihosa. A cidade, naquele tempo, era mais simples. A casa onde meus pais moravam naquela época, dá o equivalente hoje, à cozinha de lenha da chácara. Depois, meu pai, que era um planejador convicto, comprou um terreno, construíram uma casa nova. Ainda lembro que a casa teve um período que tinha cerca de arame farpado, depois papi conseguiu fazer um baita murão. Como era gostoso aquele quintal vasto, onde eu podia brincar por todos os lados.
Meu reino, minha vida.
E tinha a casa dos meus avós, naquela época, eles moravam num casarão, com rua de chão, isso nos idos anos de 1979. Era um daqueles casarões com a calçada com um metro e meio de altura do chão. O quintal era um capoeirão enorme. Tão bonito.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

MEMÓRIAS - CAPÍTULO 1

MEMÓRIAS
CAPÍTULO 1
Como nos velhos folhetins, resolvi escrever minhas memórias em capítulos seriados. Hoje começa o primeiro. Não creio que uma editora se digne à se interessar, por isso estou aproveitando o espaço.
Nasci no dia 19 de janeiro de 1977, no interior de Minas Gerais, Montes Claros. Na região norte, bem na divisa com a Bahia para ser mais exato. Segundo minha mãe, foi um dia de chuva forte, um verdadeiro temporal. Meu parto foi uma verdadeira odisséia, ela entrou comigo na sala de parto às onze da noite (apenas para informar, ela pesava no máximo 45 kg quando engravidou de mim), e saiu comigo de lá, às quatro da madrugada do outro dia. Parto natural. Segundo minha mulher, quando toma conhecimento da história, diz que é parto anormal.
Bem, depois de cinco horas ou mais, o médico chegou para o meu pai e disse:
- Olha, vamos esperar mais dez minutos, se a criança não nascer, vamos salvar sua esposa.
Meu pai, o coração apertado não teve cmo discutir com o médico. Resultado, sete minutos depois, eu saí para o mundo. E foi no fórceps. Imaigna se a cabeça da criança não é grande. Eu sou o primeiro filho do casal, primeiro neto, primeiro sobrinho do lado da minha mãe. Do lado do meu pai, sou o décimo primeiro neto. Família bem grande.
Bom, estamos concluindo o primeiro capítulo. Amanhã prosseguimos.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

INSPIRAÇÃO

INSPIRAÇÃO


É difícil, muito difícil pensar em algum tema para colocar neste blog. Tem vezes que a vida supri de inspiração constante, mas tem vezes, que o vazio é tão forte, que você não consegue pensar em nada para colocar.
Eu não consegui escrever ontem, porque sofri um revéz, mas tô indo, tô tentando sobreviver.
Desistência, é uma palavra que não pode constar no dicionário, deve ser extirpada. Seguir em frente, levantar. Mesmo que às vezes, você não pense conseguir, tente, não desiste sem se esforçar.
Caminho sem pedras, não é caminho, é utopia.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

VIAGEM DE AVIÃO

VIAGEM DE AVIÃO
Cara, tenta pegar um avião num aeroporto no fim de ano, principalmente se o aeroporto for de Guarulhos. Eu saí de Maringá na sexta-feira passada, já com um atraso de meia-hora, porque era para sair às cinco e meia e acabei saindo às seis. Passei por Curitiba, tudo normal, cheguei em Guarulhos, cara, fizeram uma baianada, transferindo uma turma de Congonhas. Teve um pessoal que quase pegou o funcionáiro da companhia aérea e meteu o braço. Por pouco.
Bem, fiz a minha viagem e voltei.
Na volta, novamente, eu passando em Guarulhos. Eu vi o que era um aeroporto num fim de ano. A companhia simplesmente havia cancelado um vôo, o qual eles mudaram de portão umas cinco vezes. Daí, eles me colocaram no avião de outra companhia. Eu só perguntei:
- Esse vôo sai que horas?
- Duas e cinquenta e cinco da tarde amigo. É direto.
O deles ia fazer baldeação em Curitiba, óbvio que peguei esse. Ainda comi um lanche bem gostoso e com direito a café. rsrsrsrs.
Bem, no frigir dos ovos, me saí até bem, para quem só andou de avião duas vezes na vida.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O SHOW

O SHOW


Estavam em casa, arrumando-se para o show do cantor de sertanejo. O ingresso era um quilo de alimentos, ia dar gente pelo ladrão.Ele não estava muito afim, mas ia agradar a esposa, ela gostava. Ele ia agradá-la, ela merecia. Mas estava demorando.
- Amor, por favor, nós vamos chegar atrasados - disse ele, terminando de ajeitar a gola.
Ela gritou do quarto:
- Amor, já vamos, aguenta um pouco.
Esperou mais dez minutos. Gritou de novo:
- Amor...
- Aí amor, você não queria ir, agora fica pentelhando.
- Mas é claro nega, cê quer ir, mas fica enrolando. Por favor...
Eles ficaram daquele jeito, e ela saiu do quarto pronta. Entraram no carro e foram para  o local do show. Assim que chegaram, foram procurar um lugar para assistir ao show. Mas foi o tempo. Caiu uma chuva que parecia que Deus abriu todas as torneiras. Foram para o carro. Logo, a chuva parou, eles voltaram. Ele já estava subindo pelas paredes de raiva. Ela só pedindo um pouco de paciência. Logo um sujeito apareceu no palco e disse:
- Gente, o cantor não poderá chegar hoje, a chuva impediu que o avião dele aterissa-se. Vamos ter que transferir o show para amanhã, mas amanhã...
O rebu foi tamanho, que eles nem sabem como chegaram ao carro. O povo quebrou tudo, quis avançar pra cima da equipe de produção. Eles chegaram em casa perto da meia-noite.
- Amor... - começou ela.
- O quê?
- Você quer ir amanhã?
- Nem amarrado. 
E não foram.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

PASSEIOS COM MEU PAI

PASSEIOS COM MEU PAI


Eu lembro que meu pai pegava eu e minha irmã, colocava na bicicleta, pegava uma mochila enorme com fralda (cueiro ainda, sem ser a descartável), mamadeira, e todos os apetrechos, saia com nós dois. Eu lembro que o coitado levava a gente para ver motocross, kart, só pelo prazer de ver os filhos felizes. E se precisava trocar a fralda, lá ia ele, e se comprava um sorvete, um doce, e a gente se lambrecava, ele ia levar para lavar.
Essas eram uma das melhores lembranças da minha infância. Gente, como eu adorava isso. E ainda ia para casa feliz. Acho que era uma coisa tão boa. Sinto falta disso.
Hoje, eu tento repetir essas coisas com minha filha. Se eu puder fazer com que a vida seja boa, para todos nós, já terei atingido meu objetivo de pai.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

VIAGEM DO TIPO MUNDO CÃO - SEQUÊNCIA NONSENSE DE EVENTOS MALUCOS

VIAGEM DO TIPO MUNDO CÃO - SEQUÊNCIA NONSENSE DE EVENTOS MALUCOS



Viagem para Foz do Iguaçu, os eventos mais doidos e bizarros possíveis. Fui para presetar concurso de Oficial de Justiça, e ia ficar na casa de uns amigos do meu pai. Eis o que aconteceu na sequência:

1. Ao chegar em Foz do Iguaçu, e esperar o casal, uma mulher e uma moça chegaram correndo. Logo em seguida, chegou uma ronda da Guarda Municipal. A mulher e a filha haviam sido ameaçadas pelo marido, ele quis partir as duas com um facão;

2. Após a chegada do casal, fomos para a casa deles, e logo em seguida, estávamos seguindo pela avenida. Notamos várias viaturas da polícia civil, da militar, do IML, e da Guarda Municipal. Quando chegamos mais perto, descobrimos que um motoqueiro havia sido assassinado por traficantes de drogas. Vi o defunto caído no chão, com um monte de cápsulas vazias no chão, ao lado do corpo.

3. Depois do concurso, já na rodoviária, dentro de um ônibus. Me vem um pastor de igreja evangélica fazer uma pregação dentro do ônibus. Trinta minutos de pregação;

4. Ainda sobre a viagem, um bêbado enche o saco, entra no ônibus e vomita. Ficou aquele fedor dentro do ônibus.

5. Enquatno eu fazia o baldeamento em Cascavel, na volta, estou indo para uma lanchonete, almoçar, passar um sujeito por mim, que eu nunca tinha visto na vida e grita igual um maluco: PALHAÇO;

6. Finalizando essa sucessão de absurdos, cheguei em casa, fui buscar uma amiga na rodoviária. Quando fui deixar ela na casa dela, e fui entrar no quintal da casa dela, um cachorro vem e me morde bem no calcanhar.

Resumo da ópera: ainda não passei no concurso, e esta acabou sendo a viagem mais absurda da minha vida.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O HOMEM DE MONTES CLAROS

O HOMEM DE MONTES CLAROS


Ele desceu do ônibus na rodoviária daquela cidade paranaense. Veio com a leva dos nortistas que procuram emprego no Sul, uma vida melhor. Pelo menos era assim que parecia. Viera de Montes Claros, norte de Minas Gerais, com uma mochila a qual segurava como se houvesse muito dinheiro nela. Trazia no bolso da calça surrada, o endereço de uma pessoa que devia procurar, e era urgente que o fizesse.
Pegou um táxi na porta da rodoviária, chegou num hotel. Ao pegar um quarto, dormiu como um bebê. No outro dia, tomou café e comeu como quem tem uma fome de onça. Ao chegar na portaria, perguntou ao rapaz da portaria, se o endereço era perto. O rapaz leu e disse:
- É aqui pertinho, o senhor pode ir à pé.
Ele agradeceu, seguiu pela avenida indicada pelo rapaz. O endereço era de uma casa grande, bonita. Tocou o interfone, uma voz de homem atendeu:
- Pois não.
- É a casa do senhor Matias Atarchesse? perguntou ele, o sotaque mineiro traindo sua origem.
A voz do outro lado do interfone, pareceu titubear antes de responder:
- Sim, sou eu.
- É hora do acerto. O senhor sabe do que eu estou falando.
O interfone ficou mudo, o portão foi aberto. Ele entrou, ajeitando a camisa. O homem que ele procurava, estava parado na porta da casa, diante dele. Não parecia em nada assustador como lhe disseram, não parecia em nada, com a fera assassina que havia dizimado sua família há dez anos. Não se parecia em nada com o criminoso poderoso, que sumira anos atrás de Montes Claros.
- Olha, eu não sei o que eu devo ter feito para você, mas não dá para esquecer? Eu já não tenho nada haver com aquele criminoso, eu me estabeleci aqui, sosseguei. Por favor, qualquer coisa, eu tento compensar...
Ele não chegou a terminar a última frase, viu o que o rapaz vindo de Montes Claros trazia na mão: um velho .38 smith & wesson, seis tiros. O metal brilhante e reluzente. Disparou um único tiro, entre os olhos daquele  homem.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

OS DIAS

OS DIAS


Você nunca tem a impressão que todos os dias parecem iguais, que tudo está no mesmo compasso? Pois é, isso se chama simplesmente cansaço. Você não curte o tempo coms eus filhos, com sua esposa, sua família no geral. Esse é o problema. A gente se apressa, deixa os dias passando rápido, sem passar um pouco com seus entes queridos. Tudo culpa do nosso ritmo de vida louco.No fim das contas, você tem que se perguntar: vale a pena?
Calma, explico. Eu pergunto isso porque se você dá mesmo, mais valor para as coisas materiais, então você não tá ligando pras coisas que a vida lhe dá, que Deus lhe concede.
Não,não é papo de carola. É apenas um pensamento, pois se você só pensa em conqusitar, neste processo de adquirir as coisas, perde-se momentos preciosos. Quando foi que você brincou com seus filhos, deu um beijo gostoso na sua esposa e disse que a amava? Pense nisso, e se você não conseguir lembrar dessas coisas, então pode correr, para que os dias não passem, e você perca as coisas mais importantes de sua vida.

sábado, 3 de dezembro de 2011

O QUE É A JUSTIÇA BRASILEIRA???

O QUE É A JUSTIÇA BRASILEIRA???


Hoje, vou sair um pouco da minha linha de escritor. Vou entrar mais na área do Direito. O motivo, é simples: o caso do milionário da Mega Senna. A justiça absolveu a ex-companheira do cara, acusada de mandar matá-lo. Alegação: falta de provas.
Olha, se você leu o título do texto, já deve saber que o tema é complicado. Não existe no mundo, um sistema judicial tão complicado, moroso e cheio de tangentes quanto o sistema judicial brasileiro. Ainda: excessivamente protetivo, em relação aos direitos do preso, e um tanto quanto esquecido quanto aos direitos da vítima e da sociedade.
É um assunto que mereceria uns dez livros, para ser entendido, mas vou tentar explicar em poucas linhas: a maioria dos bacharéis em Direito, que hoje militam por aí (inclusive eu), são filhos da geração que viveu sob o peso da Ditadura Militar de 64, ou seja, anos e anos de mordaça. Então, entende-se que seria necessário um sistema mais democrático. Na prática isso não acontece, porque a Ditadura do Proletariado (que de proletário não tem merda nenhuma), tá por aí. Continuam protegendo os desgraçados corruptos, continuam se aliando aos ditadores porra-loucas da América Latina e por aí vai. Ou seja, é essa geração que quer cuidar da justiça.
Depois, dentro da formação acadêmica: uma boa parte dos promotores, advogados e juízes que dão aula hoje, rezam pela cartilha de Cesare Beccaria, que escreveu o famoso livro "Dos delitos e das penas", onde ele excomunga as penas mais severas, e deseja criar um sistema mais humano. Bem, para começo de conversa, o dito homem era filósofo, e não jurista, ou seja, tende a enxergar as coisas com uma visão mais transcendental e menos pragmática. Ainda, quando ele escreveu o livro, o crime mais grave depois do homicídio (e se não fosse cometido por nobre, porque senão, nem crime era), era o roubo de cavalo. O estupro não era considerado crime (porque se tendia a dizer que a mulher não era gente, era considerada propriedade do marido, e que se o cara pegava, era porque ela provocava). Naquela época não tinha tráfico de drogas, não tinha tráfico de órgãos humanos, terrorismo, e outras coisas modernas. Então, o sentido é muito defasado em comparação com hoje em dia.
Ainda, o nosso sistema foi baseado, após a Constituição Federal, num princípio de só considerar alguém culpado, depois que foi condenado, e que dessa condenação ele não possa mais recorrer. Então, considerando-se a morosidade de nosso sistema judicial, isso pode levar anos e anos. A idéia é boa, pois muitas vezes, não se pode realmente afirmar que a pessoa seja culpada, senão com a certeza. Mas em muitos casos, quando o fato é evidente, o juiz se baseia em questiúnculas só para não condenar o acusado.
Bom, sei que chateei um pouco vocês hoje, mas entendam, tem vezes, que a gente tem que falar. Eu sou advogado, e muitas vezes, eu não confio na justiça. É decepcionante.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

DA ARTE DE COMER.

DA ARTE DE COMER


Era um comedor compulsivo, comia e comia bem de tudo um pouco. Não era à toa que estava pesando algo em torno de cento e cinquenta quilos. Se ia num churrasco, acabava quase com o estoque de carne, se ia num rodízio de pizza, acabava com o estoque. Enfim, era um comilão.
No entanto, um dia, começou a sentir fortes dores no peito. Foi ao médico, o diagnóstico foi categórico;
- Ou emagrece, ou morre.
E assim ele ficou, fez regime, dieta, emagreceu trinta, quarenta, cinquenta quilos. Mas no íntimo, continuava não se sentindo bem. A comida preenchia um espaço em sua vida. Já não ia mais nos churrascos, nas pizzarias, não passeava. Ficou recluso. Foi quando num dia, olhou para si mesmo no espelho: estava abatido, o rosto sulcado por marcas de expressão. "Que se dane". Foi embora, entrou numa lanchonete. Comeu, comeu igual um condenado.
Sentiu o coração doer. Ele não queria parar, porque se parasse, ia ser um morto-vivo, então, era preferível comer, e morrer feliz, do que não comer e viver igual um zumbi.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

SURPRESA

SURPRESA


Ele estranhou a casa toda em silêncio.  Era seu aniversário, pensou em ligar para a esposa, para saírem, mas a resposta dela foi a seguinte:
- Amor, vem pra casa, que eu faço qualquer coisa pra você aqui, o que você acha? É melhor nego, tô cansada hoje, não tô com vontade de sair hoje não, desculpa.
Ficou murcho. Pensou em convidar o pai e a mãe, mas eles foram categóricos:
- Ih filho, hoje vamos ter que ir para a casa da sua irmã, ela tá viajando, e vamos cuidaqr da neném. Fica pra outro dia.
E ninguém lhe deu nem os parabéns. Fazer o quê?
E agora, a casa vazia. O que teria acontecido? O coração disparou, pensou que algo havia acontecido com a esposa e os filhos. Correu pela casa, tudo em silêncio. Quando chegou na cozinha, pronto já para ligar para a plícia, as luzes se acenderam. Todos estavam lá e gritaram:
-SURPRESA.
E foi mesmo, e da muito gostosa. Ele sorriu, abraçou todo mundo. Todos os amigos, os pais, a irmã e o cunhado. Todos estavam lá. Isso foi o melhor presente para ele. Que eles se lembrassem dele.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

ENCANAMENTO

ENCANAMENTO


Se tem uma porcaria que enche bem o saco, é esse negócio de vazamento. Você pensa que não é nada, mas quando vê a conta de água subir quase pra lua, aí você se dá conta de que pequenas chateações podem virar grandes chateações em pouco tempo. Descobri o quanto isso é chato na primeira. Bastou levar o encanador em casa, ele teve que quebrar em três locais. Tá uma zona daquelas. Fala sério, ninguém merece.
E o que é pior, se não for feito na hora, pode resultar em um afundamento no piso e pode prejudicar toda a estrutura da casa.
Sacanagem.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

CONCURSO PÚBLICO


Estava quente, abafado, como se fosse um forno microondas. Ele estava olhando para o relógio, dentro de meia hora, os portões iriam abrir. Ao seu lado, várias outras pessoas. Todos jogando suas esperanças neste concurso. Era a chance de uma vida estável, de um salário fixo, alguns benefícios, garantir a vida. Igual a ele.
Formara-se em letras há mais ou menos um ano, precisava de um fixo, precisava sobreviver. O casamento estava chegando, a noiva queria casar no próximo ano.
Estudou tanto, era hora de começar a ganhar. Mas a concorrência é sempre tão grande, tão desesperadora. Bom, agora estava ali, não ia voltar atrás.
Um funcionário apareceu, abriu o portão. Entraram, era hora de começar. Fosse o que Deus quisesse.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

NA VIDA NÃO SE DESISTE, SE LUTA

NA VIDA NÃO SE DESISTE, SE LUTA


Quando entrou no carro e deu a partida, não pensou em nada mais. Estava indo para casa. Depois de trabalhar e morar fora uns seis meses, não tinha mais ânimo de continuar ali. A distância da família era enorme, o salário, que no início começou promissor, e depois, à medida que descobriu que não era nada daquilo (a firma fazia enormes descontos em folha, muitos injustificados), foram minguando os interesses. Descobriu também, que o custo de vida no local era muito grande, e o dinheiro acabava mais rápido do que podia supor.
O carro passou pela estrada, por onde ele viera seis meses antes, com esperanças e sonhos na bagagem. Os outros colegas não falaram nada contra sua decisão. Sabiam que o que ele estava fazendo era o mais certo, muitos tinham a mesma vontade.
Bom, muitas vezes, não dá certo mesmo. Você tem que aceitar a derrota, levantar, sacudir a poeira e continuar o seu caminho. Pois o ser humano, é não desistir, é lutar contra as adversidades. Não deu, ele sabia mesmo que a vida lhe proporcionaria outra oportunidade.

sábado, 26 de novembro de 2011

NOTAS DE UM MUNDO DA PÁ VIRADA

NOTAS DE UM MUNDO DA PÁ VIRADA


1. Esposa mata marido. Motivo da morte: o marido pulava cerca com o cachorro (comumente chamada zoofagia). Quando indagada sobre o motivo do crime a esposa respondeu: "Eu tinha que gastar horrores com a pet shop da minha cadela, manicure aparo dos pelos e tudo mais, para depois o filho-da-puta ficar se divertido às minhas custas? Eu não sustento vagabundo não".

2. Cem pessoas passam mau com um bolo em festa de aniversário. Posteriormente, descobriram que o bolo levou na receita purgante. Descobriram que foi vingança da confeiteira, pois os donos da festa lhe deram um calote de uma outra festa. Isto é que se chama cagar com tudo.

3. Buraco na rua provoca acidente sério. Um rapaz vinha de bicicleta quando perdeu o equilíbrio e caiu no meio da rua. Um funcionário da Prefeitura, quando indagado sobre o incidente simplesmente respondeu: " Engraçado que o buraco está ali, todo mundo está vendo, ele fica quietinho no canto dele. Agora um cara cai dentro, e o coitado é quem leva a culpa?"

4. Homem entra com o carro em uma loja. Quando indagado pela polícia porque cometeu a burrada, o motorista disse que foram motivos alheios à sua vontade. Investigou-se o fato e o que se apurou depois, foi que "os motivos alheios" nada mais eram que uma dona de corpo escultural que tirou a atenção do infeliz motorista. Agora vai o cara explicar pra esposa.

5. Político em entrevista na tv, sobre sair ou não sair por causa de uma série de escândalos de :corrupção em sua pasta: "Não tenho apego nenhum ao poder, se tiver que sair, eu saio". Pergunta se o cara quer deixar o poder. A teta é gorda meu irmão.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

TOCAR SANFONA?????

TOCAR SANFONA????


Essa foi do meu tempo como estagiário de um escritório de advocacia. Eu e outro colega, algumas vezes, quando o movimento estava muito complicado, fazíamos o atendimento dos clientes, em causas mais comuns. Neste dia, um senhor apareceu lá no escritório, telefonamos para o advogado, ele mandou perguntar do que se tratava. O homem foi suscinto;
- Divórcio.
O advogado mandou a gente ir fazendo a entrevista. Meu colega ia fazendo as perguntas, e eu ia anotando na ficha. Nome, endereço, nome da esposa, filhos, profissão, as qualificações de sempre. Quando chegou na pergunta crucial, no motivo da separação, aí é que a história ficou, digamos assim, mais enrolada. O homem olhou sem jeito para nós e disse:
- Moço, é o seguinte, eu trabalho no cabo da enxada o dia inteiro, chego em casa moído, quando eu chego perto da minha esposa, doido pra "tocar sanfona", meus filhos não deixam.
Neste ponto, eu encarei meu colega, sem entender muito bem o negócio.
- Aí, de noite, a gente liga a tv mais alto, pra não fazer muito barulho, meu sogro que mora divisa de parede com a gente, fica batendo na parede e não deixa eu tocar sanfona.
Meu pobre colega, que como eu, não tava entendendo nada, fez a pergunta mais inocente possível:
- O senhor é músico?
O homem sem jeito falou:
- Moço, o senhor não tá entendendo.
Tudo bem, explicamos os procedimentos, imprimi uma procuração, a qual ele assinou, com a declaração de pobreza, ele assinou tudo. Pedimos os documentos que ele ficou de trazer depois. Mais tarde, quando o advogado chegou, e perguntou sobre o divórcio, eu contei para ele. No final da história, o homem estava rolando de rir. Eu sem entender nada, já fui logo perguntando:
- Ô doutor, qual é a graça?
- O tocar sanfona meu filho, é ele dar uma com a esposa, o coitado não tem relações com ela faz é tempo, por isso quer se separar. RSRSRSRSRSRS.
Êta sanfona trabalhosa.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

SEPARAÇÃO - Ô CASO COMPLICADO

SEPARAÇÃO, Ô CASO COMPLICADO


Um dia, estávamos eu e um colega na cantina do Fórum, conversando sobre ramos do Direito. Eu atualmente, estou trabalhando nas áreas cível, trabalhista e previdenciário, e o colega mexendo só com a área criminal. Eu me virei para ele e disse:
- Rapaz, como é que você aguenta mexer com isso? Só ver aquela bandidagem, estupradores, assassinos, ladrões, traficantes. Só o de pior da raça humana.
- Colega, você nem imagina, tem área pior que essa sim. Mexe com direito de família, principalmente com separação para você ver. Eu mesmo, mexia um pouco com isso, depois do que me aconteceu no último divórcio que eu me meti, acabou, nunca mais mexi com isso.
- O que foi que aconteceu? perguntei, enquanto os cafezinhos que pedimos, chegaram.
- Eu tinha meu escritório naquele prédio antigo, no centro da cidade, quando um rapaz entrou pelo meu escritório. Mas rapaz, o homem estava todo arrebentado, o rosto parecia que tinha sido passado no asfalto, o braço direito tava enfaixado, os olhos roxos como se tivesse levado uma cacetada. Levei até um susto, daí perguntei pra ele:
"- Pois não, em que posso ajudar?
"O rapaz sentou numa cadeira e começou a me contar o caso dele:
"- Doutor, eu quero me separar da minha mulher, a miserável fez isso comigo doutor. A mulher me arrebentou no cacete ontem, me deixou como se eu tivesse tido uma briga com o Maguila. Doutor, pelo amor de Deus, fala com ela, eu quero me separar.
"Prometi que ia dar uma olhada no caso dele. Liguei para a mulher, quando falei que era o advogado do marido dela, e que ele queria comentar sobre o divórcio, a mulher começou a xingar tanto palavrão pelo telefone, que eu tive que afastar o bicho pra poder ouvir numa boa. Ela se acalmou, e veio no escritório, mas foi só ver o coitado do homem, que veio pra cima dele, rapaz a mulher foi descendo o braço nele, e o coitado só tentava proteger o corpo. Quando consegui acalmar ela, fazer os dois assinarem as procurações, fazer um acordo equitativo, levei os dois no Fórum. Naquele tempo, não tinha esse negócio de divórcio extrajudicial, tinha que ser pelo juiz, de qualquer jeito. O cartório já levou o pedido assinado pelos dois, pra que o juiz fosse analisar. Tudo bem, chamou os dois. Quando perguntou pro rapaz, ele falou que queria mesmo. Agora, quando foi entrevistar ela, o miserável caiu na besteira de perguntar:
"- Mas a senhora tem certeza que quer se separar? Eu não estou sentindo firmeza nesta sua afirmação.
"Pronto, a mulher começou a chorar, lavou a mesa do juiz. Eu fui saindo de fininho por um lado, e o cliente por outro. Sei que no fim das contas, o juiz mandou vir de novo, aí ela confirmou. Mas rapaz, nunca mais mexo com separação".
Tomamos o café, enquanto eu ria da história. Logo o colega bateu no meu braço, e foi dizendo:
- Deixa eu ir, que eu tenho que cuidar dos meus bandidos.
Nos despedimos e ele foi para a sala de audiências da vara criminal.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CASAMENTO À MODA DO SÍTIO

CASAMENTO À MODA DO SÍTIO


Essa, meu avô contou para mim há muitos anos,  e eu nunca esqueci. Quem nasceu no interior de Minas Gerais, Bahia, e demais estados do norte e do nordeste, já deve entender do que eu estou falando. No interior, o casamento é bem mais engraçado.
Bem, era o casamento de um rapaz chamado Epaminondas (nome inventado), se enamorou de uma moça chamada Isoldina. Tudo certo, namoro depois de quatro anos, noivado durando dois. Marcaram a data de casamento. Foi chamado o melhor sanfoneiro da região, mataram um boi, um leitão, comida que dava para alimentar umas cem pessoas durante dois ou três dias. Após a cerimônia de casamento, foram os dois para a fazenda do pai da noiva, coronel Altamirando. Foram os dois num carro de boi enfeitado, a procissão de convidados. A festa começou cedo, o sanfoneiro mandou um forró de primeira na sanfona, a comida farta servida. Foi quando a esposa de coronel Altamirando foi falar com o marido:
- Altamirando, estamos com um problema. Sumiram com a colher para servir o arroz.
- E isso é problema mulher? Manda a Inocência servir com a mão mesmo. Oxe.
A mulher deu de ombros. Chamou a cozinheira, e mandou servir na mão. A tarefa de servir o arroz ficou à cargo de Coriolano, o faz-tudo da fazenda. Coriolano metia a mãozorra no panelação de arroz e ia servindo o povo. E entre um prato e outro de arroz, ainda apertava a mão de algum conhecido.
Assim era um casamento no interior da Bahia. E antes que os mais frescos digam que é nojento, naquele tempo o povo fazia isso e não morreu ninguém rssrs.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O CARRO DE BOI

O CARRO DE BOI


- Ô que saco - vociferou o pai.
- Calma amor, calma. Não adianta nada ficar com raiva agora. Calma que vai dar tudo certo - respondeu a esposa, sua mãe, ao lado dele.
O garoto ficou olhando para ambos, ao seu lado, seus avós. Tinham ido para a festa de casamento de uma prima de sua mulher. Estavam numa estrada de terra, no interior da Bahia. A estrada ficou inundada por causa das chuvas que haviam caído naquele período. O carro, que não tinha tração nas quatro rodas, ficou atolado no meio do caminho.
- Não adianta Paulo, espera, amanhã cedo, a gente vai na fazenda do Miroslau, lá a gente arranja um jeito de vir rebocar o carro - sugeriu o avô, seu sogro.
E assim foi, todo mundo se ajeitou no carro da melhor forma que pode. No outro dia, cedo, o pai e o avô foram à pé até a fazenda dos parentes que estava perto. Uma hora depois, voltaram em cima de um carro de boi, que o primo vinha pilotando. Enganchou o carro, ele veio para cima do carro de boi, no colo da avó. Atravessaram o alagamento, até a fazenda dos primos. Naquele curto trajeto, ele ficou encantado com o andar do carro de boi, com o som gostoso daquelas rodas, vencendo o chão de terra arenoso.
O casamento foi uma festa, como só os casamentos no norte e nordeste são. Voltaram para casa, mas ele nunca esqueceu o som daquele carro de boi.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

CAFÉ DA MANHÃ

CAFÉ DA MANHÃ


Sentou-se á mesa, diante dele a xícara de café fumegante de todos os dias. Não conseguia começar o dia se tomar seu cafezinho. Era uma manhã de sábado, não tinha que ir para a repartição, a esposa estava visitando a irmã doente, e os filhos não moravam mais com eles. Era engraçado como a vida correu tão rápido naqueles trinta e tantos anos de casamento. O casamento, o emprego na repartição, a gravidez da esposa, o nascimento dos dois filhos. Os primeiros passos deles, as primeiras palavras. As primeiras notas do colégio, as reuniões, as broncas pelas traquinagens.
Diante daquela xícara de café, ele relembrou todos os momentos dos últimos anos: o falecimento dos pais, primeiro o pai, depois a mãe, o falecimento dos sogros. As noites de tristeza, por sua própria dor, a dor de sua esposa. Agora, os filhos crescidos, a mulher fora de casa, um silêncio quase agoniante.
Pegou a xícara, sorveu o café fumegante, num sôssego que fazia tempo, não lhe acometia há muitos anos. Repassando os acontecimentos, enquanto tomava o café, percebeu sua vida fora intensa, e que ainda tinha muito para contribuir. logo, teriam os netos, e ele queria curtir cada um dos momentos deles.

sábado, 19 de novembro de 2011

COISAS BOAS DA VIDA

COISAS BOAS DA VIDA


Enquanto eu pensava num assunto legal pra falar hoje, me veio à cabeça, depois de dar um beijo na minha esposa, um bem gostoso: as coisas boas da vida. Às vezes, a gente não dá valor no que está tão perto, tão bom para nós, e quando isso vai embora, a gente acaba percebendo o valor que ela tem.
Quando você acordar bem cedo, dá um beijo de bom dia na sua amada, dê um beijo e um abraço na sua filha. O sorriso dela, sua filha, não tem valor, não tem como você deixar de lado. A verdade é que são coisas que o dinheiro não pode comprar, embora ele seja importante para pagar as contas no fim do mês.
Não tem nada como você olhar sua filha tomando café da manhã, e de repente ela dispara aquele sorriso maroto, que faz você derreter, ou assistir um filme no DVD bem abraçado com sua esposa, enquanto ela coloca a cabeça dela no seu peito. Você se embevece, se torna mais feliz, capaz de enfrentar qualquer coisa que possa acontecer no dia. Mesmo nos momentos mais tristes.
Sei que o que eu estou falando parece uma lição de almanaque de farmácia, mas tem suas razões, tem suas lógicas. Aproveite, viva o dia. Seja feliz com as bênçãos de Deus.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CAMINHOS PASSADOS

CAMINHOS PASSADOS


Cruzou o portão de entrada, os passos hesitantes, o coração palpitando nervoso. Fazia tanto tempo que não vinha ali, que não respirava aquele ar. Coisas que o tempo não apaga. 
A casa estava deserta, ninguém morava mais lá há muitos anos. Mas ia mudar, ia voltar para casa. De onde nunca devia ter saído. Pequeno, seu pai em busca de melhores oportunidades, pegou a família e foi para o sul. Lá, ganhou dinheiro, mas não foi tão feliz à exceção de alguns momentos de sua vida (casamento, nascimento da filha). Mas nada tão gostoso quanto ficar na roda de familiares, com os biscoitos saindo do forno à lenha que sua avó tirava do forno à lenha. Nada tão gostoso quanto pular do pé de caja no quintal, aterrisando no estrado de uma cama que seu avô colocava no quintal à sombra da árvore. Nada no sul era tão gostoso quanto o São João, com as fogueiras na porta das casas, a conversava animada rolando solta.
Caminhou pela casa, foi até o quintal do fundo, onde seu avô havia feito uma pequena varanda, com a cozinha que a avó utilizava preparando uma culinária de dar água na boca de qualquer um. Num canto do quintal, onde o terreno já não mostrava mais nenhum sinal, outrora havia um velho poço, soterrado quando ligaram a água encanada na casa. As bananeiras ao fundo, agora apenas tocos podres, de onde outrora vicejavam cachos maduros.
Sentiu a mão da esposa em seu ombro, virou-se. Ela lhe sorria.
- Feliz agora?
- Sim, de volta pra casa, graças à Deus.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O HOMEM QUE AMAVA DEUS

O homem que amava Deus

O vento soprava nas planícies próximas de Israel. O sol do meio-dia estava quente, fazendo com que o cascalho do chão, ficasse quase em brasa. Isaak tangeu suas ovelhas para o cercado, sentindo o calor às suas costas.
Quando terminou, sentou-se à sombra de uma figueira, recostou-se no tronco firme. Pegou uma moringa e tomou um pouco de água. Sentia-se satisfeito, pois tinha um rebanho grande, a propriedade crescendo dia a dia. Em sua casa, Sara sua esposa cuidava de tudo, principalmente dos quatro filhos: Betânia, Ninívea, Solon e Raguel. Três mulheres e um homem, que logo estaria cuidando do rebanho com ele, aprendendo a cuidar de seus negócios.
Isaak era, em seu modo de ver, temente à Deus, fazia seus sacrifícios no período certo, dava esmola aos pobres. Pelo temor à palavra de Moisés, guardava o sábado. Assim estava escrito na lei.
Foi quando, vindo de nenhum lugar e ao mesmo tempo de todos os lugares, uma voz forte como o ressoar do trovão, disse:
- Isaak, levanta-te, sou Eu, o seu Deus.
E assim fez Isaak, olhando espantado para os lados. Sua mão direita empunhando firmemente o cajado.
- Senhor?
- Sim meu filho, este sou Eu. O que é o Primeiro e o Último, que veio antes de todas as coisas.
Isaak, compreendendo o glorioso momento de sua vida, ajoelhou-se. Sua fronte quase tocando o solo. O cajado ao seu lado. Não ousava volver sua face ao Criador, não se achava digno.
- Meu filho, Eu tenho para ti, duas sentenças que ocorrerão em breve. Escute-as, pois se cumprirão conforme a Minha Vontade. A primeira: ao começar deste ano, e ao cabo dele todo, eu tomarei um filho teu e uma quarta parte de seu rebanho, começando por tua filha mais velha até sua mais nova e até consumir todas as tuas ovelhas.
- Meu Senhor, até Solon, meu filho? perguntou Isaak, a face ainda voltada para a terra.
- Sim, todos virão à Minha Casa. Eis a segunda sentença: tu se desfarás de tuas coisas, dá-las-à aos pobres, e irás com Sara para um lugar no deserto onde te indicarei, e lá edificarás uma casa para ti. Leva na viagem algumas sementes, água para ti e Sara e uma peça de metal.
- Eu farei meu Senhor, por amor à Ti.
Logo depois, tudo silenciou, o vento que havia parado de soprar, voltou à soprar. Isaak levantou-se, olhou para o rebanho à sua frente. Seguiu rumo à sua casa, o coração entre angustiado e feliz. O Senhor Teu Deus, lhe escolhera para algo que sabia bom, pois o amor de Deus, sua obra, é mais do que qualquer ouro, rebanho ou riquezas terrenas. Mas a dor de um pai, que tem amor aos seus filhos também é forte.
Naquela noite, o Anjo da Morte passou pela casa de Isaak e levou Betânia, bem como a quarta parte de seu rebanho. Isaak, que preferira não falar nada, naquele momento sobre as sentenças de Deus, chorou ao lado do cadáver da filha. Mesmo após os serviços fúnebres, nada falou. Em seu coração, sabia que a vontade do Pai, tinha razão de ser.
Em um período curto, um ano, Isaak perdeu os outros filhos, e seu rebanho, que fora um dos mais eminentes. Quando Raguel, sua filha mais nova se foi, bem como a última parte de seu rebanho, sabia que era a hora de cumprir a segunda sentença de Deus. Após o término dos serviços fúnebres de Raguel, virou-se para Sara, sua esposa e disse:
- Sara, separe tudo o que temos. Deus nos disse para dar tudo aos pobres e irmos embora daqui. Separa só algumas sementes, uma peça de metal e um pouco de água para nós.
Sara olhou assustada para o marido.
- Mas meu esposo, acabamos de enterrar nossa última filha. Por que Deus ia querer tal coisa, se ainda estamos de luto?
- Mulher, não se discute a vontade do Pai. Deus tem Sua Lei, tem Seu Propósito. Cumpramos imediatamente, vai e faz o que te falei.
Mesmo com o coração cheio de dor pela perda tão recente, Sara cumpriu a vontade de Deus. Separou todas as suas coisas, e logo após, deu-as aos pobres. Isaak pegou Sara e apenas com a roupa do corpo, as sementes, a peça de metal e uma moringa de água, seguiram para o deserto como havia ordenado Deus. Caminharam por quase dez dias, quando Deus soprou para Isaak:
- É aqui, eis o lugar onde te estabelecerás.
E assim Isaak e Sara encontraram um lugar à beira do leito seco de um rio. Construíram com as próprias mãos uma pequena casa. Neste lugar, Isaak e Sara sobreviviam arduamente, pois tanto água quanto provisões de quase toda espécie eram muito difíceis. Um dia, enquanto Isaak estava preparando para acender o fogo, Deus lhe disse:
- Isaak, faça para mim dois cajados de um metro e meio cada um, os quais serão feitos da madeira que eu te indicar. Na ponta de cada um deles, faça uma estrela de metal, com a peça de metal que eu mandei você trazer.
Obediente, Isaak fez o que Deus lhe ordenou. Fez dois cajados de um metro e meio, e com uma fogueira bem forte, derreteu a peça de metal, a qual foi suficiente para fazer duas estrelas, ficando cada uma, incrustada na ponta de cada cajado. Ao término do serviço o Senhor disse:
- Agora faça como te ordeno: o primeiro cajado deve ser fincado no meio do leito seco do rio diante de sua casa, o segundo deverá ser fincando no alto da colina no fim do vale, onde eu irei te indicar. Mas vá rápido, é necessário que se faça isso até o entardecer do terceiro dia depois de hoje.
- Devo levar Sara comigo Senhor?
- Não. À ela cabe plantar as sementes que te mandei trazer. Manda que ela as plante no solo sem falta. Seja diligente, há urgência nestas tarefas.
Isaak rapidamente tratou de fincar o primeiro cajado no meio do leito seco do rio. Após avisou a Sara que ia partir, que ela plantasse as sementes.
- Mas meu marido, por quê? Não há água suficiente para irrigá-las. E porque não posso ir contigo?
- Mulher, não discuta a vontade de Deus. Vai, cumpre o que foi ordenado. Eu tenho que cumprir minha parte.
Assim dizendo, Isaak deixou Sara cumprindo o que lhe fora ordenado. Seguiu por um dia inteiro até o cume da colina. Lá chegando, constatou que o leito seco do rio também acompanhou o mesmo trajeto. Deus neste momento falou:
- Isaak, crava o cajado no início do leito. Lá veras uma flor amarela. É neste lugar que deverás cravar o cajado.
Diligentemente, Isaak foi até o ponto onde seria a nascente daquele leito. Lá encontrou a flor amarela, e lá cravou o cajado. Deus novamente falou:
- Vai, volta para tua casa. Não pare, deves andar até chegar a sua casa.
Isaak quase correu, sabia que não podia parar. Seus pés pareciam ter asas. Quando chegou em casa, mais outro dia havia se passado. Sara aguardava-o à porta.
- Meu marido, tenho medo. Ontem vi cavaleiros rondando ao longe. Parecem persas, ou outra nação. Eles estavam longe, do outro lado do rio, mas creio que vão voltar. Eu não sei.
- Não temas esposa, o Senhor nos protegerá. Agora, me traga um pouco d´água, tenho sede.
Sara trouxe a moringa para o marido. Isaak bebeu sofregadamente. Quando entregou o vasilhame para a esposa, ouviu o som de cavalos correndo. Virou-se e viu no horizonte a nuvem de poeira. Sabia que eram os cavaleiros persas que Sara havia visto. Sara veio ao seu encontro.
- Você os viu?
- Sim. Agora, só podemos orar.
Ficaram em silêncio enquanto os cavaleiros se aproximavam. No céu, pesadas nuvens de chuva se formavam à uma velocidade espantosa. Os cavaleiros pararam à margem do rio seco. O que parecia ser o líder, disse brandindo sua cimitarra:
- Entrega tua casa e tua esposa para nós. Entrega-nos.
Isaak fechou a porta, jamais permitiria isso.
Os cavaleiros começaram a atravessar o leito. Foi quando pesados trovões ecoaram no céu. Um raio atingiu o cajado deixado por Isaak no cume da colina, o qual gerou uma enorme explosão. Da terra, começou a brotar água, pura e cristalina que seguiu o curso do rio. Os cavaleiros que haviam visto o raio ficaram parados onde estavam, enquanto uma onda de água os atingiu. Em poucos segundos, a maioria foi arrastada pela correnteza. O único que ficou, porque se agarrou à margem, foi o que liderava o grupo. Ele tornou á gritar ainda dentro da água:
- Eu tomarei tua casa e tua mulher seu infame.
Neste momento, outro raio caiu do céu, atingindo o segundo cajado que estava submerso dentro da água. O cavaleiro que havia sobrevivido à onda d´água, caiu morto dentro do rio, levando consigo os restos do cajado. Naquele mesmo instante começou à chover. Isaak ajoelhou-se e agradeceu à Deus pela vitória sobre os ladrões, pela água que era abundante e pelas sementes que agora iriam germinar e frutificar. Sara também agradeceu.
As terras passaram à ser as mais férteis em pouco tempo. Haviam peixes, e os frutos que vieram das sementes. Isaak, com a bênção de Deus, teve com Sara mais nove filhos.
Eis o que resultou para Isaak o amor incondicional a Deus.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

QUANDO O SOL BRILHA

QUANDO O SOL BRILHA


Ao acordar de manhã todos os dias, e você consegue ver o sol brilhar no céu, com seus raios atravessando as frestas da janela, é sinal que vai ser um dia novo, cheio de possibilidades. A verdade é que eu não poderia dizer nunca, que será só bom, que não haverão percalços na vida, isso seria impossível, porque a verdade é que faz parte do ser humano, enfrentar suas adversidades, suas dificuldades. Isso é do ser humano, o que o distingue dos demais animais. E nestas adversidades, encontrar um motivo para se erguer, olhar para o céu, ver o astro rei e dizer: eu amo estar vivo.
Acredito que quando Deus criou o Sol, no livro de Gênesis, a idéia segundo meu humilde raciocínio, é de que ele queria mostrar ao homem, que não há problemas maiores que um pouco de luz, um pouco de força, alegria de viver, e uma punjança característica das pessoas, possa superar. Mesmo quando vem a tempestade, mesmo quando desaba um tempo ruim pra cacete, você pode ver que a luz do sol ajuda a ver tudo com uma clareza melhor, ajuda a ver que apesar dos problemas, podemos ficar contente por estarmos vivos.
Quando eu ando pelas ruas, não há beleza que me escape ao olhar: as crianças brincando, as pessoas apressadas com seus afazeres. Esse movimentar, esplanado pela luz radiante, denota que a humanidade caminha, a vida é ritmo, é pulso, é intensidade.
Ao olhar o sol, pense nas coisas que lhe acontecem, boas e ruins, e procure observar que todas elas, guardam alguma coisa da qual você precisa tirar uma lição. Veja tudo sob uma nova ótica, principalmente à luz do sol. Tudo é melhor, ou pelo menos, um pouco menos complicado à luz do dia.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

QUANDO FECHO MEUS OLHOS

QUANDO FECHO MEUS OLHOS


Quando fecho meus olhos, sinto o colchão de estopa onde eu dormia com meus avós, na minha mais tenra infância, quando meus pais trabalhavam até tarde e precisavam que eles cuidassem de mim. E quando de manhã, acordava, já direto ia tomar um café da manhã ao estilo de Minas Gerais, com direito até a ximango (uma espécie de pão de queijo com massa), saído quentinho do forno, com uma xícara de café fumegante.
Quando eu fecho meus olhos, ainda lembro da caminhada longa que eu, meus pais e minha irmã, fazíamos quando íamos na casa dos meus avós. A caminhada longa no meio do cerrado, o calor do sol de Minas, um chão branco de uma terra forte, de um cheiro de flores do cerrado. A caminhada alegre, em meio ao bairro de outrora, de minha infância, os rostos conhecidos, os olhos gentis, o sorriso fácil, muitas vezes em bocas sem dentes. Os bolsos muitas vezes vazios, mas o coração cheio de amor e carinho.
Quando fecho meus olhos, lembro das festas, reuniões de família, almoços de domingo, a mesa farta, galinha caipira, farofa, feijão tropeiro, torresmo bem fritinho. Os risos, os abraços, às vezes uma ou outra discussão, que terminava logo. A felicidade de um lar cheio, feliz e alegre.
Quando fecho meus olhos, ainda lembro das viagens, dos caminhos pelas estradas de terra, casas distantes de parentes, mais festas, mais jogos de truco na madrugada. A vida era tão boa, tão simples.
Quando fecho meus olhos, ainda sinto o abraço do meu pai, da minha mãe, me afagando os cabelos na hora de dormir, na hora de acordar, os beijos da avó, do avô que infelizmente não mais está aqui. Minha família que eu amo.
Quando fecho meus olhos, ouço o sim que minha esposa falou no altar, o choro de minha filha ao nascer. Ainda vale a pena viver.