segunda-feira, 14 de novembro de 2011

QUANDO FECHO MEUS OLHOS

QUANDO FECHO MEUS OLHOS


Quando fecho meus olhos, sinto o colchão de estopa onde eu dormia com meus avós, na minha mais tenra infância, quando meus pais trabalhavam até tarde e precisavam que eles cuidassem de mim. E quando de manhã, acordava, já direto ia tomar um café da manhã ao estilo de Minas Gerais, com direito até a ximango (uma espécie de pão de queijo com massa), saído quentinho do forno, com uma xícara de café fumegante.
Quando eu fecho meus olhos, ainda lembro da caminhada longa que eu, meus pais e minha irmã, fazíamos quando íamos na casa dos meus avós. A caminhada longa no meio do cerrado, o calor do sol de Minas, um chão branco de uma terra forte, de um cheiro de flores do cerrado. A caminhada alegre, em meio ao bairro de outrora, de minha infância, os rostos conhecidos, os olhos gentis, o sorriso fácil, muitas vezes em bocas sem dentes. Os bolsos muitas vezes vazios, mas o coração cheio de amor e carinho.
Quando fecho meus olhos, lembro das festas, reuniões de família, almoços de domingo, a mesa farta, galinha caipira, farofa, feijão tropeiro, torresmo bem fritinho. Os risos, os abraços, às vezes uma ou outra discussão, que terminava logo. A felicidade de um lar cheio, feliz e alegre.
Quando fecho meus olhos, ainda lembro das viagens, dos caminhos pelas estradas de terra, casas distantes de parentes, mais festas, mais jogos de truco na madrugada. A vida era tão boa, tão simples.
Quando fecho meus olhos, ainda sinto o abraço do meu pai, da minha mãe, me afagando os cabelos na hora de dormir, na hora de acordar, os beijos da avó, do avô que infelizmente não mais está aqui. Minha família que eu amo.
Quando fecho meus olhos, ouço o sim que minha esposa falou no altar, o choro de minha filha ao nascer. Ainda vale a pena viver.

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