terça-feira, 22 de novembro de 2011

O CARRO DE BOI

O CARRO DE BOI


- Ô que saco - vociferou o pai.
- Calma amor, calma. Não adianta nada ficar com raiva agora. Calma que vai dar tudo certo - respondeu a esposa, sua mãe, ao lado dele.
O garoto ficou olhando para ambos, ao seu lado, seus avós. Tinham ido para a festa de casamento de uma prima de sua mulher. Estavam numa estrada de terra, no interior da Bahia. A estrada ficou inundada por causa das chuvas que haviam caído naquele período. O carro, que não tinha tração nas quatro rodas, ficou atolado no meio do caminho.
- Não adianta Paulo, espera, amanhã cedo, a gente vai na fazenda do Miroslau, lá a gente arranja um jeito de vir rebocar o carro - sugeriu o avô, seu sogro.
E assim foi, todo mundo se ajeitou no carro da melhor forma que pode. No outro dia, cedo, o pai e o avô foram à pé até a fazenda dos parentes que estava perto. Uma hora depois, voltaram em cima de um carro de boi, que o primo vinha pilotando. Enganchou o carro, ele veio para cima do carro de boi, no colo da avó. Atravessaram o alagamento, até a fazenda dos primos. Naquele curto trajeto, ele ficou encantado com o andar do carro de boi, com o som gostoso daquelas rodas, vencendo o chão de terra arenoso.
O casamento foi uma festa, como só os casamentos no norte e nordeste são. Voltaram para casa, mas ele nunca esqueceu o som daquele carro de boi.

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