quarta-feira, 11 de julho de 2012

VIAGEM AO MATO GROSSO

Ficou olhando a paisagem, enquanto mijava na árvore à beira da estrada. Fazia um calor daqueles, embora o cerrado, quase pantaneiro do Mato Grosso do Sul, estivesse verde. Quilômetros e quilômetros de pasto, de plantações de trigo. Ao longo da rodovia, uns quinze quilômetros para frente, um acampamento do MST. Até ali no Mato Grosso, aquele povo tava lá, enchendo o saco. Só sabiam fazer invasão.
Ele terminou, fechou o zíper e entrou no carro. A estrada continuava, reta, o asfalto liso.
Quando vinha ao Mato Grosso do Sul, sempre sentia que estava em outro mundo, tão diferente do Paraná, com aquele clima frio, um povo tão estranho, distante, frio. Pensou em como seria bom ficar por ali, vivendo em alguma cidade bem tranquila.
Passou pelo acampamento do MST, o povo todo parado, sem fazer nada. Nenhuma plantação, nenhuma cabeça de gado, as crianças correndo para todo lado. Onde estavam as escolas, onde estavam as melhorias, as  casas? Afinal, o que aquele povo estava fazendo ali, sem produzir nada? 
Parou de pensar neles, e continuou a viagem, tinha que chegar em Naviraí, entregar uns documentos na repartição. Um trabalho meio chato, mas pelo menos, permitia que ele viajasse, saísse do escritório de vez em quando. Quando entrou na cidade, tudo estava tranquilo, era uma cidade bem arrumada, bem estruturada, com um padrão de vida que parecia muito melhor do que o de onde ele morava.
É, dava vontade de ficar por lá mesmo.

Um comentário:

  1. Rapaz, toda semana entro no seu blog. As vezes penso em ir para uma cidadezinha assim... Perdida pelos rios da Amazônia!

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