quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A XÍCARA DE CAFÉ

A XÍCARA DE CAFÉ


Deixou a xícara de café fumegando em cima da mesa. Olhou para a foto na parede, ela estava tão bonita naquele mesmo vestido que usava quando o conheceu. Uma morte estúpida: cair de uma porcaria de um cavalo numa fazenda. Como pode meu Deus?
E agora estava ele ali, vendo aquele apartamento tão ajeitado, as coisas compradas com tanto carinho, tudo em seu devido lugar. E ele ali, agora sozinho, como um estranho, como um fantasma perdido sem rumo no mundo. E era realmente assim que ele se sentia.
Olhou novamente a xícara de café, fumegando em cima do píres. A bebida turva, esfriando lentamente. Fazia parte de um grande conjunto que ela havia comprado. Havia escolhido tudo à dedo. E agora estava ali, no armário, pegando espaço.Praticamente igual a ele, pegando espaço no mundo.

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